Sobre mulheres e WC’s públicos, já muito se falou, não necessariamente por esta ordem. O mito dos pares, o mistério das bolsas e os segredos das grandes decisões femininas tomadas entre paredes de uma casa de banho, são alguns dos temas abordados, em histórias que passam de boca em boca, ao longo de gerações.
Já dos homens e das casas de banho, traço geral, só se descrevem cenários apocalípticos de miséria e desgraça. Bebedeiras e nojeiras, visões do Inferno que fariam corar Dante e levá-lo até a praticar outra actividade muito associada ao WC masculino – o vómito.
A verdade é que nos WC’s masculinos não existe o glamour do seu correspondente feminino. É como quando se traduzem letras de músicas fantásticas de inglês para português e se tem como resultado uma piroseira total. Ou seja, é a mesma trampa, mas o charme é totalmente diferente.
Não pretendo inverter esta evidência, que me permite continuar a olhar com curiosidade para as portas dos WC’s femininos e imaginar o que se passará lá dentro para além do curso natural do organismo humano. Mas, acredito que existem sinais de mudança para se esperar algo mais de um WC masculino, do que a desgraça habitual.
Obviamente refiro-me a WC’s públicos de antros não propícios a desgraças. Metam-me numa discoteca, num recinto de festival ou numa estação de serviço e não há glamour que valha a ninguém. E, infelizmente, muitas vezes é mesmo o melhor das pessoas aquilo que está a vir ao de cima.
Falo de sítios respeitáveis o suficiente para que o papel higiénico e um pedido de ajuda não se confundam no mesmo apelo. Sítios de onde não se sai a correr com um esgar de terror gravado na face, mas sim com uma sensação de alívio natural e uma história engraçada para contar.
Eles existem. E não são a merda do costume.
James Brown, It’s a man's world!!
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