Então o que é que tens feito? A dada altura, já toda a gente ouviu esta pergunta milenar, até Jesus quando estava na cruz com os dois ladrões. Tirando um ou dois personagens que insistem em responder “Nada, compro tudo já feito”, a resposta depende sempre do trio de factores: conteúdo, tempo e interlocutor.
Se há conteúdo e tempo, mas não há interlocutor de jeito, então qualquer coisa como “Ah, sabes como é” e duas ou três generalidades costumam servir.
Se há conteúdo e um interlocutor de jeito, mas não há tempo, a opção mais corriqueira é “Epá, nem imaginas. Depois conto-te tudo”. Normalmente, este depois transforma-se numa combinação em que existam os três factores positivos.
Se há tempo e um interlocutor decentes, mas não há conteúdo pode dar-se a grande inversão “Não se passa muito e tu, que tens feito?”.
Se só há tempo, mas não há conteúdo nem interlocutor à altura, normalmente desliga-se e uma dose de “Hum Hum, Han, Han” costumam dar para os gastos, enquanto o interlocutor faz as despesas.
Se só há conteúdo, mas não há tempo nem interlocutor de jeito, o normal é “Epá, nem imaginas. Depois conto-te tudo”. Normalmente, este depois transforma-se obviamente num nunca.
Se só há um interlocutor amistoso, mas não há sequer tempo ou conteúdo, é comum o uso de interjeições, caretas, semi-expressões e coisas que não querem dizer coisa nenhuma, mas permitem deixar os outros na dúvida.
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