sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Contra a parede...

Levanta. Não, não, tens que enfiar vindo de baixo. Mais abaixo... Vira mais para cima. Isso... assim. Continua, que eu aguento. Espera!, ainda não... Que foi, querido, magoaste-te? Não lhe dês com tanta força... Mais devagar... assim, sim. Segura tu... não consegues? Vá, eu levanto deste lado... está quase... sim, assim! Força, isso... agora, agora!
Ai!
Bolas, voltou a cair caliça. Peso a mais, com pregos não vamos lá. Vais ter que usar escápula e bucha...




quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dizer asneiras é como cagar ao contrário (post com bolinha a começar logo pelo título).

Um gajo estimula uma qualquer ponta do corpo:
-uma calcadela num dedo mindinho por um tacão aguçado,
-umas amassadelas no juízo por um chato qualquer,
-umas empurradelas na alma por problemas na vida.
A irritação ou a dor passam pelos nervos, pelos músculos, pelas veias, acumulam-se no estômago. Enrola-se no estômago, para um lado e para o outro, um croquete de nervoso com camadas de ácido. Quando já está uma bola grande passa pelas tubagens apropriadas, é empurrada com um bocado de ar, modelada com a língua, a boca abre-se e lá vai um “puta que pariu esta merda toda!!!”. É mais ou menos isto hoje.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

A mão.

"Não digas nada, dá-me só a mão. Palavra de honra que não é preciso dizer nada, a mão chega. Parece-te estranho que a mão chegue, não é, mas chega. (...) Vou contar-te um segredo: há alturas em que as migalhas ajudam."


António Lobo Antunes, Migalhas






segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ate poderia escrever um post daqueles profundos comó caraças...

...se tivesse algo de jeito para dizer aqui no blog. Assim daria a entender que certos momentos na vida seriam pontos de viragem, que a importância do que revelam é incontornável e irreversível, ou de que podem mudar mentalidades e posturas.
O que seria muito pretencioso da minha parte. Não é por dá-cá-aquela-palha que passarei a escrever coisas dignas de Nobel.

Fico-me por aqui, mesmo. Aliás, estou sem vontadinha nenhuma de fazer seja o que for, a não ser ir almoçar a casa que tenho lá miúda por estes dias e ela cozinha bem :)
Hasta ya!


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Vou ali a um sítio e já venho.

Estou além
António Variações

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
O meu mundo
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só quero estar
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Expliquem-me lá isto... cum camandro!!

Somos tão saloios que às vezes deixa de ter piada. Qual é a cena com os macarons e os cupcakes? De repente tudo quanto é blog descobre que não podia viver só com garibaldis, rins ou palmiers recheados e que a vida só tem sentido com aqueles bolos que é costume ver muito bem fotografados num Tumbler qualquer na net.
Eu gosto de pirâmides. sim, o tal bolo que se deve evitar. Já falei com pasteleiros, eles confirmam, não é lenda urbana, é verdade. Mas sabem bem.
As melhores são as da Evian, de Benfica (já vos contei que morei em Benfica, mesmo ali ao lado do Fonte Nova - do lado dos pintas e não dos bétinhos do Califa - e que foram uns anos muito reb... simpáticos?). Como são feitas de restos e raspas de bolos bons, ficam óptimas. No entanto, e mesmo com aquela poia de creme branco e uma cereja em calda em cima, não perdem o ar de poia no seu todo, coberta de chocolate, em toda a sua glória. São inestéticas, dir-se-á.
Já estes bolos que ficam bem para a foto e que estão na moda, são género filha-do-néné: têm um ar porreiro, muito bem conseguido, mas no fim nunca sabemos bem o que estamos a comer.
É minha convicção que foram inventados por fotógrafos de alimentos e são feitos de esferovite, creme de barbear, pó de extintor, fita isoladora e dan-cakes. O que for preciso, desde que tenha bom ar.
E ainda perdem tempo a discutir orçamentos de estado.

Vou ali mamar uns pastéis de Belem e já venho.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Momento National Geographic... ribatejano.

As chocas sempre me fascinaram. Não por elas, que afinal não passam de chocas, mas por aquele secreto poder que detêm e que eu nunca entendi.
As chocas, animais ruminantes e de ar imbecil, deslocam-se em ruidosos grupos abanando os badalos e têm os seus cinco minutos de fama quando largadas na arena envolvem o touro, até aí bravo e renitente, e o transformam num manso cordeiro que as segue obedientemente até aos curros.
Nunca consegui perceber como as chocas fazem isto, mas também nunca consegui perceber se o touro vai atrás das chocas ou dos badalos das chocas. Certo é que o touro as segue o Tordo fez questão de também as cantar e, mal ou bem, saem de cena debaixo de uma salva de palmas que mesmo sendo de alívio sempre são palmas. Os campinos, homens sábios, enxotam-nas com varas longas sem se aproximarem muito, não por medo do toiro que anda já lá no meio mas por saberem que é nelas que não podem confiar. E as chocas, armadas em estrelas de olhar bovino e estúpido lá vão cumprindo a sua sina e tirando o touro das luces para o encaminharem para a morte certa inglória e solitária do matadouro mais próximo.
Digo outra vez, não percebo, nunca percebi, porque é que os touros, animais nobres e bravios, depois de derrubarem cavaleiros, forcados, peões de brega e tudo o mais que lhes apareça à frente metem os cornos entre os ombros e seguem obedientemente as chocas.
Mistérios da natureza, só pode.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Qualquer coisa que não sei.

Apetece-me qualquer coisa que não sei.
Não me apetece ir.
Não me apetece ir, mas também não me apetece ficar.
Não me apetece ir, também não me apetece ficar e talvez até me apeteça um bocadinho ir.
Não me apetece ir, também não me apetece ficar, talvez até me apeteça um bocadinho ir, mas não tenho a certeza.
Não me apetece ir, também não me apetece ficar, talvez até me apeteça um bocadinho ir, não tenho a certeza, mas tenho a certeza que não quero ficar.
Não me apetece ir, também não me apetece ficar, talvez até me apeteça um bocadinho ir, não tenho a certeza, tenho a certeza que não quero ficar, o melhor é talvez ir.
Não me apetece ir, também não me apetece ficar, talvez até me apeteça um bocadinho ir, não tenho a certeza, tenho a certeza que não quero ficar, o melhor é talvez ir, nem que seja para não ter de ficar.
(Janelas Verdes)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Quae ali.

«O Mundo vai-se tornando uma contrafacção universal do Boulevard e da Regent-street. E o modelo das duas cidades é tão invasor que, quanto mais uma raça se desoriginaliza, e se curva à moda francesa ou britânica, mais se considera a si mesma civilizada e merecedora dos aplausos do Times.» (Eça de Queiroz, Ecos de Paris).

(Travessa Conde de Jesus)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Olimpico!!

O Brasil ganhou mais um adepto no vólei!!! Que técnica, que táctica, que uma data de coisas que não interessam nada agora!!!


(Jaqueline Carvalho... e joga mesmo muito.)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Gosto.

Gosto, sim, gosto, de palavras meigas, fugidias por entre promessas vãs, fúteis, que não valem nada.
Gosto de me sentir bem, e não pensar no futuro, gosto de me sentir superficial e desejado, ainda que pelas pessoas erradas, e de viver sem pensar muito, como se o amanhã não interessasse nada.
Gosto de viver depressa, de acordar ao lado de pessoas que mal me lembro do nome a olharem-me com veneração, mas também gosto da situação oposta.
Gosto de vestir caro enquanto sou trolha, gosto de guiar tractores de 200 cavalos sentado em boxers mais caros do que eles.
Gosto de apanhar chuva e de me rir dela, de ser director mas preferir carregar estrume, gosto de andar com a barba de um mês como se fosse pedinte, mas guiar um BM que veria a arder com um sorriso, gosto de não querer saber de nada.
Gosto de contrastes e conhecer pessoas, gosto de línguas diferentes, gosto de anarcas e de excentricamente ricos, gosto de pessoas que não se preocupam com nada, mas que vivem intensamente e davam a vida por sentir mais.
Gosto de dar 100 EUR a um pobre enquanto lhe sorrio, ou de gastar 1000 num fim-de-semana paradisíaco e não tirar fotos, gosto, sim, gosto, de me sentir bem, de surpresas e de surpreender.
Gosto de computadores topo de gama e telemóveis de última geração, BMs e cartões de crédito sem plafond, mas gosto muito mais de podar laranjeiras, de cortar relva, de forquilhas e ancinhos e gosto de gostar mais destes últimos do que dos primeiros.
Gosto de almoçar em restaurantes absurdamente caros, jantar em tascos por entre amigos, e divertir-me mais nestes segundos, mas pensar sempre, sempre, que em qualquer dos casos, que comeria melhor em casa da minha mãe.
Gosto de brincar com a espuma, com a do mar e com a da sociedade, e pior, de a criticar e enxovalhar, mas estar absolutamente consciente que faço estrondosamente parte dela e do rebanho.
Gosto de falar com directores por entre whiskies quase da minha idade, e de seguida argumentar com trolhas por entre minis em cafés enegrecidos, e tratá-los a todos por igual.
Gosto de arriscar e de jogar, de ganhar, de descobrir o que fiz mal quando perco, de lidar com o triunfo e a derrota e ignorá-los aos dois, de sonhar sem viver obcecado, de esperar sem me cansar, de lutar por aquilo que gosto, de ter sorte, de ignorar o azar, mas acima de tudo, gosto de acreditar, de viver, e de amar.


quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Email stuff.

Sherlock Holmes e Watson vão acampar.
Montam a tenda e, depois de uma boa refeição e uma garrafa de vinho, deitam-se para dormir.
Algumas horas depois, Holmes acorda e diz para o seu fiel amigo:
- Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê.
Watson responde:
- Vejo milhares e milhares de estrelas.
Holmes então pergunta:
- E o que isso significa?
Watson pondera por um minuto, depois enumera:
1. Astronomicamente, significa que há milhares e milhares de galáxias, e, potencialmente, milhões de planetas.
2. Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de sorte.
3. Temporalmente, deduzo que são aproximadamente 03h15 pela altura em que se encontra a Estrela Polar.
4. Teologicamente, posso ver que Deus é todo-poderoso e somos pequenos e insignificantes.
5. Meteorologicamente, suspeito que teremos um lindo dia. Correcto?

Holmes fica um minuto em silêncio e diz:
- Foda-se ... Watson, não vê que nos gamaram a puta da tenda?!!...


terça-feira, 7 de agosto de 2012

A dúvida...

Hoje ao almoço fui mais uma vez apontado para a minha "botadeelastiquice" no que diz respeito a certas regras indumentárias. Não usando gravata por causa do calor ( e porque o Ban Ki Moon e a ministra da agriculrura dizem que é bom para poupar nos ares condicionados e tal) deixo normalmente apenas o primeiro botão desabotoado. "Ai e tal que pareces um padre e tal..." e "abre lá mais um que ficas com ar mais light...". E vou eu e digo "mas assim é mais cool e tem mais classe"  (na minha ingenuinidade, eu sei...) e se abro o outro fico igual ao Portas. Digam-me lá por caridade qual fica melhor, a ver se eu me torno um bocado menos sexagenário nesta coisa da roupa. Gosto que a miudagem nova repare aqui no cota e não desate a comentar que pareço um daqueles que passa as tardes a jogar ao dominó no Jardim da Estrela.

(coloco duas fotos da net comparativas para vos ilustrar o meu ponto de vista sem qualquer parcialidade.)


Sou eu e o Perry Mason.

A minha formação académica não é em direito embora ache que daria um grande advogado. Tipo Perry Mason a contra interrogar no tribunal. Gostava especialmente daquelas partes (à americana que já me explicaram que cá é tudo uma cambada de xoninhas e que se não dizes tudo à primeira e levas as testemunhas todas logo... azar) em que poderia dizer "Protesto!" e o Juiz diria "Deferido. Cuidado com essa linha de interrogatório Xotor..." Enfim... isto para vos dizer também que no meu trabalho tenho de lidar com alguns aspectos legais e como não gosto de esperar uma semana por um qualquer parecer a dizer o que eu já desconfiava e pagar por isso, vou muitas vezes procurar no código o que me interessa. E isto porquê? Porque assim permite-me ir conhecer os meandros da lei e assim conhecer (mas nunca fazer!!! sabe-se lá quem lê isto...) umas pequenas "ilegalidades legais".
A mais conhecida talvez seja mesmo a elisão fiscal, que difere bastante de evasão fiscal. Enquanto que na evasão fiscal há uma fuga à lei, na elisão, aproveita-se as lacunas da lei para a contornar, sem cometer nenhuma ilegalidade. Bem, mas não maço mais com isto que até eu já estou a começar a ficar entediado.
Vou antes dar-vos uma dica útil para o dia a dia. O fenómeno da usocapião (e não uso campião como muita gente pensa, inclusive eu mas disfarçava sempre porque dizia a palavra rápido e ninguém percebia. Acho eu). Depois não digam que não levam nada daqui. Dispõe o art. 1299.º, do Código Civil que "A usucapião de coisas não sujeitas a registo dá-se quando a posse, de boa fé e fundada em justo título, tiver durado três anos, ou quando, independentemente de boa fé e de título, tiver durado seis anos."
Ora, o que quer isto dizer? De certeza que quase toda a gente tem coisas "emprestadadas", como CD's, livros, DVD's, etc. E por vezes as coisas ficam anos e anos em nossa casa e nunca nos lembramos de devolver a coisa em questão. Ora, se estiverem de boa fé, passados 3 anos a coisa passa a ser vossa. E mesmo que não estejam de boa fé, passados 6 anos, o objecto passa igualmente a ser vosso! É uma óptima maneira de usurpar coisas. Por isso, quando vos vierem perguntar pelo CD que vos emprestaram aqui há uns anos, respondem qualquer coisa como: "Qual teu CD? O MEU CD!!".
É a lei.
E isto faz-me pensar que já tenho uma jeitosa colecção de coisas usucapidas...uma prateleira quase cheia!
Eu não valho nada...


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mais uma vez The Q Man vem em vosso auxílio.

Uma das coisas que se vão adicionando à minha existência, mais por via da idade e da experiência acumulada, é a técnica de mãos. Como sabem, o homem moderno - dizem as revistas da especialidade - é uma espécie de sedutor inspirado no modelo do Ryan Gosling no filme "Crazy Stupid Love", sendo que uma das características que se destaca é o conhecimento do vestuário feminino, e de todos os seus segredos. Bem, na verdade, acabei de inventar isto, mas achei que ficava bem fazer uma introdução com referências cinematográficas. Mesmo não se tratando de um filme laureado - nem de perto nem de longe - fica sempre bem.
Mas vamos ao que interessa: um dos piores inimigos de um homem é o soutien (não gosto de escrever "sutiã", não tem aquele je ne sais quoi da língua francesa). Não sei o que se passa com alguns dos meus amigos, ou das suas faltas de jeito, já que quando os oiço fico a pensar que a destreza manual deles assemelha-se à de um australopiteco, mas o facto é que simplesmente não conseguem desapertar o dito cujo. Para alguns é uma tarefa tão ou mais complicada que descobrir o segredo de um cofre da Securitas. Eles bem que tentam andar ali às voltas, puxar de um lado, puxar de outro, tentar cruzar os ganchos, e nada. É de um charme descomunal, como se pode imaginar.

Por isso, o conselho que vos deixo é o seguinte: se não souberem, deixem que sejam elas a tirá-lo. Poupam tempo e, acima de tudo, dignidade.


Não precisam agradecer. Estou cá para isto mesmo.


sábado, 4 de agosto de 2012

...

Já estou com saudades disto mas também estava com saudades vossas... (fica sempre bem e é bonito dizer estas coisas para isto parecer um bloguinho fofuxo, não é? Mas para ser sincero... nem me lembrei... minto... houve ali um momento enquanto esperava pelos percebes e mandava mais uma caña abaixo que assim de repente e duma forma veloz tive um vislumbre disto aqui ;)  )