quinta-feira, 19 de abril de 2012

Amo-te, mas não te amo assim.


Nem sempre tenho destes ataques lamechas. Também não me castigo ou envergonho por isso. Se invariavelmente choro com o Reconstrução Total e me impressiono com o Encantador de Cães...
Vinha para o escritório com isto na cabeça. O que move o mundo é o amor. O que o move, mas também o que o faz parar. Enquanto essa paragem se dá porque duas pessoas teimam em não se desabraçar, não vem mal ao mundo. Por outro lado, se a paragem se der na vida de uma pessoa, por não ser correspondida, perde-se ali uma centelha de humanidade. Um ser poderia estar a alcançar nobres feitos, mas não o faz, pelo facto de sofrer por amor. Parou de respirar.

Neste aspecto, as mulheres são as que mais alimentam as paragens da humanidade. Gostam de ser adoradas, mas preferem não adorar, a menos que se sintam por alguém paradas. Não adianta dizerem que querem apenas ser amigas, que precisam de nós dessa forma e que, mesmo assim, não nos querem perder. Assim continuam-nos a dar toda a esperança do mundo. E nós, homens, quando nos entregamos, não somos homens, somos meninos. Somos doces como meninos, protegemos como meninos, erramos como meninos, e haverá sempre coisas que não conseguiremos compreender. Acima de tudo, como meninos, amamos. Não dá para separar a doçura de amar da consequente esperança em se ser correspondido.

Um amigo pode tentar distrair a nossa atenção, pode dirigir-nos todas as suas palavras de encorajamento, pode apagar o número dela dos nossos telemóveis, o seu contacto da nossa lista de amigos do messenger, mas o poder continua todo centrado na mesma pessoa. A mesma pessoa que, ao se lembrar do nosso número e pedir um pouco de atenção, nos continua a dar esperança. Basta um telefonema, um encontro e um sorriso, para tudo voltar ao ponto de partida. E isso não é honesto.

Por isso, mulheres, seres nobres que incondicionalmente adoramos, bebam um copo de leite bem quente (supera o gás da coca cola) e bebam-no de rompante à nossa frente. Soltem um valente arroto. Arrotem como nunca arrotaram na vida. Riam-se que nem umas labregas a seguir. Arrotem, digam muitas asneiras com sotaque transmontano e parem de nos ligar. Só nessa altura, a ausência do vosso número nas nossas cabeças fará sentido. Marca mais num homem a força da imagem de um arroto vosso de que de um sorriso. E um sorriso nunca poderá cheirar a puré de batata com salsichas.

Se todas as mulheres que passaram pela minha vida tivessem arrotado*, eu teria sofrido menos.

*Por acaso uma até chegou a arrotar. Nessa altura deixei de ter qualquer tipo de dúvidas.









 



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