Ontem, depois de deixar a miúda em casa da mãe, ainda fui a tempo de ir comer uma tosta com uma das raras amigas que gosta de ver futebol (embora eu lhe diga sempre que uma mulher a comentar as jogadas soe tão estranho como eu a comentar um cozinhado, mas enfim... ela até percebe o que é um fora de jogo posicional e é gira que se farta, por isso...) e ver o Sportéingue. A X, seja em que situação for, é daquele tipo de mulheres (como quase todas) que se tentam armar em conselheiras sentimentais, tentando explicar aos homens a chave infalível para o sucesso com as mesmas.
"Nós não gostamos nada disso!"
"Nós adoramos que nos façam aquilo!"
"Vai por mim, eu sou mulher, eu sei aquilo de que uma mulher gosta."
"Essa atitude é erradíssima! Só a estás a afastar!"
Não alimentei a discussão porque quando vejo bola, estou como o Futre, conncentradíssimo, e também é verdade que só quando cheguei a casa é que que comecei a processar o que me tinha dito. Liguei-lhe e disse-lhe mais ou menos isto. "Olha, em relação aquilo que conversávamos... Treeeeeeeeetas. Não gostam de ser estereotipadas, e depois estereotipam. E agora, pergunto eu. O que é que vocês, mulheres, percebem de mulheres? Nada!!! Com quantas mulheres é que já namoraram ou tentaram namorar? A maior parte responderá "nenhuma". Logo, não fazem ideia da complicação que vai nessas cabeças no contexto de uma relação amorosa. Nem na vossa cabeça têm bem a noção do que se passa, quanto mais na cabeça da outra pessoa, no caso de ser outra mulher. É como jogar na lotaria. Tudo pode estar bem, sem que haja condições para tal, como o cenário mais paradisíaco se pode tornar num pesadelo."
Nós só precisamos que nos ensinem, desde pequenitos, a reconhecer a complexa estrutura que é o labirinto das vossas mensagens não verbais. Tudo o resto, é pura especulação. Deixem-nos trabalhar. É que se nós não percebemos nada de mulheres, vocês percebem ainda menos.
Vá, fiquem lá ofendidinhas.
Sem comentários:
Enviar um comentário