Ainda ontem tive de ser assertivo, ou como me disseram/apontaram, arrogante. Talvez seja isso mesmo. Também é verdade que já não tenho nem idade nem paciência para certas merdices. Já fiz os favores todos. Fiz até demais. Então se sou arrogante, sou um arrogante de classe. Aliás, isto de ser arrogante não é fácil, temos que estar melhor preparados que os
outros, são os livros lidos em vez de alimentar as facebookeanas páginas, são as
viagem feitas em vez do torrar ao sol no reino dos Algarves, são as experiências
vividas em vez das manhãs dormidas até tarde que nos dão as bases para sermos
arrogantes, que, todos o sabemos, é ter opinião clara sobre os assuntos, é dizer
nos olhos que se gosta em vez de clicar no dedinho para cima, é assumir o que se
faz em vez do refúgio fácil no boato e na velhacaria, é não falar de quem não
conhecemos, é não fazer alianças de conveniência.
Ser arrogante é saber
que não vamos fazer parte dos mais populares, esse estatuto pertencerá sempre
aos que se queixam, que, coitadinhos, não têm sorte nenhuma, aos dignos de
compaixão, aos que precisam do ombro amigo, aos que preenchem as nossas
necessidades de termos um desgraçadinho de estimação para tomarmos
conta.
Ser arrogante é uma canseira, dá trabalho, implica fazer opções
claras, pedir desculpa quando tem que ser. Ser arrogante não é para todos. É por
isso que somos poucos e cada vez seremos menos.
(mas é tremendamente afrodisíaco, nao é?...)
Sem comentários:
Enviar um comentário