quarta-feira, 2 de maio de 2012

Esta é para ti... e para mim.

Um dia fartas-te. Um dia olhas ao espelho não gostas do que vês a observar-te. Um dia acreditas que já não vais a tempo. Um dia acreditas que o que te disseram é verdade. Um dia. Um dia, o mais provável é tornares-te num chato, deixares de sair à noite e começares-te a levar-te demasiado a sério. Nesse dia vais começar a vestir cinzento e beje, pedir para baixar o volume da música e deixar a tua guitarra a apanhar pó. Vais tornar-te politicamente correcto, socialmente evoluído, economicamente consciente. Vais achar que tens de ir para onde toda a gente vai e assumir que tens de usar fato e gravata todos os dias. Nesse dia vais deixar de beijar em público, as tuas viagens serão mais vezes no sofá e dormirás menos ao relento. É oficial: vais entrar na idade do chinelo e deixar de ser quem foste até então. Vais deixar de te sentar ao colo dos amigos e vais esquecer-te como se faz um quantos-queres ou um barco de papel. Vais ficar nervosinho se não trocares de carro de quatro em quatro anos e desatinares se o hotel onde ficares não te der toalhas para o teu macio e hidratado rosto. Vais tornar-te muito crescido e preocupar-te com tudo e com nada e a não fazer nada porque ‘vai-se andando’ e 'a vida é mesmo assim'. Vais dizer não mais vezes, vais ter mais medo, vais achar que não podes, que não deves, que tens vergonha. Vais ser mais triste. nesse dia, o mais provável é que também deixes de beber refrigerantes…

Fica aqui uma ideia: quando esse dia chegar, não lhe fales.




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