quinta-feira, 17 de maio de 2012

O vestir e despir de preconceitos.

Desde que me mudei que ando para vos falar sobre alguns dos estabelecimentos deste bairro. Quis o destino que eu resida perto de um clube de strip. Não foi uma decisão premeditada, quer da minha parte, quer da parte dos senhores do clube, embora estes tenham saído a ganhar pois tenho amigos que passaram a chegar com 4 horas de atraso quando combinamos alguma coisa à noite.

Nada tenho contra tão laboriosa actividade já que, graças a ela, já testemunhei cenas com tipos acalorados a discutirem na rua o facto de terem sido barrados à porta com frases épicas como “Atenção, não é por não ter 35€, é pela atitude”. Isto para não falar da minha piada recorrente de “O sonho de qualquer stripper é ter um filho varão”.

No entanto, pelo me é dado a saber, depois do boom inicial dos clubes de strip em Portugal (ex: Champanhe ou Passerelle, com vedetas do estrangeiro), multiplicaram-se os antros de qualidade duvidosa na matéria, com autênticos presuntos pendurados em varões por Lisboa e Portugal fora.

E se o strip, arte tão recriada em filmes de Hollywood com mulheres deslumbrantes e flexíveis a ponto de fazer corar de inveja a malta do Cirque du Soleil, estivesse a esse nível por cá, eu bateria as palmas e diria - sim senhor, quem vai a uma casa de strip tem uma desculpa tão legítima como aqueles tipos que dizem que compram a Playboy (estrangeira, que a nacional não existe) pelos artigos. Seria “artístico”. Aliás, deve ser com base nesse imaginário que as aulas de varão singraram aqui e acolá, com mulheres comuns a tentarem encontrar a Demi Moore que têm dentro de si e tipos a tentarem roubar varões nos transportes para levar para casa juntamente com o CD do Joe Cocker.

Mas, pelo que me é dado a conhecer e a minha (pouca) experiência transmite, em termos de sensualidade artística, o panorama actual tem muito pouco. Depois, o que sobra entretem apenas grupos festivos forrados a álcool e amantes da caça à febra encoberta.

E, para isso, já existiam as Festas de Natal das empresas.

PS - Nem vou falar de strip masculino, porque depois de bater no amblíope, tenho pouca disposição para aviar o ceguinho.



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